sábado, 31 de outubro de 2015

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  Projeto de Sebastião Salgado recupera nascentes no ES e em MG
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Projeto de Sebastião Salgado recupera nascentes no ES e em MG

A iniciativa faz parte do projeto Olhos D’água, do Instituto Terra, do fotógrafo Sebastião Salgado. A idéia surgiu após área de Mata Atlântica e, por conseqüência, ver nascente sendo recuperadas. Agora, o instituto espalha o conhecimento, fornece materiais e financia o projeto para toda a bacia do Rio Doce.
O trabalho de recuperação das nascentes promovido pelo instituto começou em uma fazenda onde anos atrás a mata não existia.  Há 16 anos, só tinha pasto no local. Agora, após as mudanças, são 700 hectares de Mata Atlântica.
O local fica em Aimorés, perto da divisa do Espírito Santo com Minas Gerais,  comprou a fazenda do pai. Junto com a esposa, decidiu reflorestar o local. Eles ganharam árvores, construíram um viveiro de mudas e ficaram surpresos quando perceberam que junto com a mata, as nascentes renasceram.
“Quando eu passei na estrada, estava tudo molhado. Aí eu fiquei ‘que água é essa que está saindo? ’. Eu parei o carro e fui ver. Tinha uma nascentezinha começando a sair, um olho d’água jorrando, uma emoção enorme, um milagre”, lembrou a esposa de Sebastião Salgado,
“É fácil a gente compreender isso. As árvores são o cabelo da terra. Quando uma pessoa lava a cabeça e não usa um secador de cabelo, leva de duas a três horas para secar o cabelo. Uma pessoa como eu, que não tem cabelo, toma banho e a cabeça já está seca. Quando você não tem árvores, é a mesma coisa”.
A idéia, então, foi levar o que funcionou na fazenda deles para os pequenos produtores. E assim surgiu o projeto Olhos D’água, que quer salvar todas as 370 mil nascentes da Bacia do Rio Doce. É um projeto para longo prazo.
Um dos beneficiados pelo projeto, seu Idário, não sofreu muito com a seca. está cercada com arame, o gado não chega perto, e tem árvores em volta. A madeira, o arame usado para fazer a cerca e as mudas de árvore, foram todas cedidas pelo projeto. Em troca, ele só precisa proteger a nascente.
Com todo esse cuidado, lá, a água não faltou. “Muito melhor. Eu tenho plantio, tenho poço de peixe, e quase tudo é tirado das minhas nascentes. Se não tivesse a nascente, eu estaria morto, porque onde não tem água não tem vida”, disse Idário. Até agora, mais de 1200 já estão protegidas com esse tipo de intervenção.

Para garantir o futuro do projeto, jovens técnicos agrícolas fazem um curso de reflorestamento dentro do Instituto Terra. Eles têm a missão de continuar visitando os agricultores e recuperando nascentes. Sebastião Salgado costuma visitar os agricultores que aderiram ao projeto. E isso dá a ele a certeza de que é possível salvar o rio.


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