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Desmatamento de mananciais também é causa de seca histórica de SP
Redação em 17 de outubro de 2014 às 12:56
Quase 80% da vegetação natural dos córregos e mananciais da
bacia hidrográfica do Sistema Cantareira foi desmatada – e o resultado pode ser
conferido agora
Segundo estudo, a pior marca histórica do Sistema Cantareira
foi atingida com desmatamento e falta de investimentos em reflorestamento.
Não foi só a ausência de chuvas que fez com que o Sistema
Cantareira, símbolo da crise hídrica de SP, chegasse ao recorde negativo de
3,9% de sua capacidade. Foi também o desmatamento e a ocupação irregular das
áreas de mananciais.
Um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e divulgado
pela ÉPOCA mostra que as florestas da região da Cantareira estão muito mais
desmatadas do que se imaginava. E isso causa impacto no abastecimento de água.
Reflorestar é a solução
Segundo o levantamento, restam apenas 488 km2 (21,5%) de
vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis
represas que formam o Sistema Cantareira. O estudo explica que as florestas
naturais protegem as nascentes e todo fluxo hídrico. Com esses índices baixos
de vegetação, a floresta não consegue desempenhar o seu papel, de extrair
umidade do ar e levá-la aos mananciais.
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Os efeitos do desmatamento não acontecem imediatamente após
a retirada da vegetação. Mas, quando chegam, podem levar ao colapso – além da
umidade, por exemplo, a vegetação evita o assoreamento dos rios, os deslizes de
terra e a perda de nutrientes do solo.
Os dados mostram que não há mais grandes desmatamentos
ilegais ocorrendo na região. Assim, a meta é recompor a mata em áreas
importantes para o abastecimento de água, como nascentes e córregos.
Volume vivo
Além do desmatamento, um projeto audiovisual pretende mapear
as causas e soluções para a crise da água em São Paulo. Chamada de “Volume
Vivo”, a iniciativa vai desenvolver uma série de mini documentários (de cinco a
dez minutos) com o objetivo de levar à sociedade um maior entendimento sobre a
gestão da água na região, “encarando a crise como um momento para repensamos o
modo como lidamos com a água no macro metrópole paulistana”.
A série de reportagens será disponibilizada gratuitamente na
internet, acompanhando o desenrolar da crise. Assista ao vídeo abaixo e saiba
como ajudar o projeto a acontecer na campanha de financiamento coletivo lançada
no Sibite.
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