QUE VERGONHA HEM FORÇAS ARMADA.
1964: o
golpe de Estado e a ditadura militar pelo prisma político-econômico.
O fim da
experiência parlamentarista no Brasil, criada para impedir que João Goulart
assumisse efetivamente o comando do país, conduziu a uma série de fatos que
levaram a um golpe militar em 1964.
O plebiscito
popular que exigiu a volta do presidencialismo, colocando Goulart no de fato
poder, referendou o anseio por mudanças.
As quais
começaram a acontecer com medidas nacionalistas que entraram em choque direto
com os interesses dos Estados Unidos da América (EUA) e dos grandes
latifundiários brasileiros.
Notadamente
a intenção de diminuir o limite máximo de envio de remessas das empresas
estrangeiras para o exterior e de realizar uma ampla reforma agrária, fizeram
com que setores da direita se relevassem em uma campanha contra o governo de
Jango.
apoiados e
financiados pelos EUA utilizaram os meios de comunicação de massa para vender a
idéia de um governo comunista no poder.
Uma campanha
que rapidamente ganhou a adesão da Igreja católica e das forças armadas, com a
organização de grandes manifestações anti-governamentais, as marchas “da
família, com Deus, pela liberdade”.
Fatos em
cadeia que levaram o Brasil a uma ditadura de direita, com generais se
alternado no poder e decidindo os destinos da nação, em um período, entre 1964
e 1985, que ficou conhecido como anos de chumbo.
Antecedentes
do golpe.
Em um
comício, em 13 de março de 1964, o presidente João Goulart manifestou
abertamente sua intenção de promover a reforma agrária, juntamente com a
emancipação das refinarias e a desapropriação das terras situadas às margens
das rodovias e dos açudes públicos.
A partir de
então, a agitação contra o seu governo cresceu.
Conflitos
irromperam em São Paulo e Belo Horizonte, provocados pelos grupos de direita.
Segundo René
Armand Dreifuss, o tom da campanha contra o governo de Jango indicava um
regente invisível dirigindo a orquestra.
Os EUA,
através de agentes da CIA, exploraram os conflitos internos e a luta de classes
para intervir a favor de seus próprios interesses.
Tudo foi
feito discretamente, pois os EUA acreditavam que as camadas populares não aceitariam
um golpe se desconfiasse da participação da CIA.
Portanto, os
norte-americanos manejaram os cordéis por trás dos bastidores, manipulando e
financiando os setores de direita, obtendo significativos resultados.
Sob o apelo
da religião católica e a defesa da integridade da família, contra o comunismo,
a imprensa e considerável parcela da classe média compraram a idéia que a
inflação era gerada pela tendência esquerdista do governo Goulart.
Irromperam
várias passeatas anticomunistas e grupos começaram a se organizar pedindo a
derrubada de Jango.
Goulart não
proibiu a realização de manifestações contrárias ao seu governo, mas atacou os
empresários que as financiavam.
No dia 19 de
março de 1964, o presidente chamou Hugo de Faria, diretor da Carteira de Redesconto
do Banco do Brasil, determinando que suspendesse as operações de financiamento
de empresas privadas.
Pretendia
assim dar uma demonstração de força aos empresários, pois a Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Federação das Indústrias do Rio
Grande do Sul (FIERG), entre outras entidades patronais, estavam financiando os
protestos e articulando uma conspiração para depor o governo.
Em meio à
radicalização, um grande numero de oficiais das forças armadas começou a tender
cada vez mais para a esquerda.
Isto porque
movimentos reivindicatórios de cabos e sargentos, que se alastravam pelas três
armas, passaram a ser vistos como infiltração comunista e quebra de disciplina.
Foi neste
momento que, diante do pedido de apoio de Goulart as forças armadas, o ministro
da Guerra, Dantas Ribeiro, resolveu se hospitalizar para submeter-se a uma
intervenção cirúrgica.
Ao que tudo
indica o ministro não ignorava o andamento de uma conspiração, sabendo que um
golpe estava sendo articulado para derrubar o governo legitimamente
constituído.
Afastar-se
do Ministério da Guerra, a pretexto de tratar da saúde, portanto, seria uma
atitude confortável e honrosa, já que não precisaria trair abertamente a
legalidade e nem combater seus companheiros de farda.
O afastamento
do ministro abriu caminho para o golpe, retirando um provável entrave que
poderia conduzir a uma guerra civil.
Tão logo ele
foi hospitalizado, o general Castello Branco lançou uma circular reservada, em
20 de março de 1964, aguçando os militares contra o governo e os sindicatos,
particularmente contra a CGT, com forte apelo anticomunista.
Dizia a
circular:
“Entraram as
Forças Armadas numa revolução para entregar o Brasil a um grupo que quer
dominá-lo para mandar e mesmo gozar o poder?
Para garantir
a plenitude do grupamento pseudo-sindical, cuja cúpula vive na agitação
subversiva cada vez mais onerosa aos cofres públicos.
Isto, sim, é
que seria antipátria, atinação e antipovo”.
A circular,
diante das forças armadas sem o comando do ministro da Guerra afastado,
acelerou a conspiração.
Goulart,
embora conhecedor do teor do documento, não mandou demitir ou prender Castelo
Branco.
Somente o
fez dias depois, quando o general Armando de Moraes Âncora, comandante do I
Exército, recusou-se a cumprir a ordem.
Assim,
agindo tardiamente, o governo, pensando em atrair para a legalidade os oficiais
ainda indecisos, criou uma excelente oportunidade de articulação para os
golpistas.
Neste meio
tempo, o sentimento anticomunista se espalhou pelas forças armadas, orientado
pela CIA e pelo Pentágono, com base na concepção de “inimigo interno”, de uma
guerra contra-revolucionaria e de fronteiras ideológicas.
Os militares
legalistas se tornaram uma minoria.
Os
conspiradores se agregaram em torno do general Castello Branco, considerado um
oficial moderado em suas opiniões.
A idéia de
que a observância da legalidade levaria ao comunismo estava se alastrando com
força.
O episódio
do levante dos marinheiros.
O general
Castelo Branco estava liderando os oficiais descontentes com a situação do
país, mas receava tomar a iniciativa de violar a legalidade e ficar só.
Para iniciar
um golpe de Estado queria antes comover as forças armadas, sobretudo os grupamentos
militares do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Na verdade
esperava um pretexto que pudesse convencer a população da necessidade do golpe.
Este
pretexto surgiu articulado pela CIA, durante a Semana Santa, quando centenas de
marinheiros, sob a liderança de José Anselmo, decidiram comemorar o aniversario
de sua associação no Rio de Janeiro.
O almirante
Silvio Mota, ministro da marinha, proibiu a manifestação.
Mesmo assim
os marinheiros realizaram o ato, sendo ordenado pelo ministro à prisão dos
insubordinados.
Os
marinheiros foram buscar apoio dos trabalhadores, indo se refugiar na sede do
Sindicato dos Metalúrgicos.
Um
contingente de fuzileiros navais foi enviado para atacar os marujos, mas aderiu
à pseudo-rebelião.
Os
amotinados reivindicavam o reconhecimento de sua associação, o direito de se
casarem, permissão para vestir roupas civis fora do serviço e melhoria dos
soldos.
Todas
reivindicações antigas, mas que vieram à tona em um momento em que o governo
ficava em uma posição perigosa.
Suspeita-se
que elementos infiltrados pela CIA tenham fomentado a retomada destas
reivindicações.
Na época, o
comandante Ivo Alcioly Corseuil, subchefe da Casa Militar da Presidência da
República, avisou à Goulart que o líder da revolta, José Anselmo dos Santos,
marinheiro de primeira classe, era agente do serviço secreto, infiltrado pela
CIA.
Chegou-se,
inclusive, a afirmar que haviam homens da CIA infiltrado entre os marinheiros,
usando uniforme sem pertencerem à marinha, para criar tumultos.
Enquanto oficiais
das três armas enxergaram no ato um quebra severa do padrão de conduta militar,
endurecendo a disciplina nos quartéis com medo que a rebelião se ampliasse.
O presidente
João Goulart foi obrigado a intervir, ordenado ao exército que abafasse a
revolta.
Não
concordando com a intervenção, o almirante Silvio Mota se exonerou do cargo.
Seu
substituto no Ministério da Marinha, o almirante Paulo Mário da Cunha
Rodriguês, determinou a imediata libertação dos revoltosos, que desfilaram pela
Avenida Presidente Vargas.
Na ocasião,
o almirante Cândido Aragão, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, e o
almirante Pedro Paulo de Araújo Suzano, que fora ministro da Marinha, foram
carregados nos ombros em triunfo pelos marujos até a Igreja da Candelária.
Estes oficiais
haviam se declarado favoráveis as reivindicações dos marinheiros e tinham
considerado o levante também pertencente aos oficiais que se reuniam no Clube
Naval para insultar o governo de Goulart.
O golpe.
Em meio ao
levante dos marinheiros, os setores das forças pró-direita colocaram-se contra
o governo de Goulart, considerando o episódio como o prelúdio de um golpe de
esquerda, semelhante ao que havia acontecido na Rússia no inicio do século XX.
Devido à
repressão do governo perante as reivindicações dos marujos, os militares
legalistas de baixa patente passaram a ver em Goulart um inimigo.
Perante o
descumprimento de ordens do presidente para manter os amotinados presos pelo
novo ministro da Marinha, oficiais legalistas começaram a temer pela ordem
dentro das forças armadas.
Estava
montado o cenário para a instauração de um golpe militar bem sucedido.
Os
movimentos sindicais passaram a ser identificados, pela maioria dos oficiais,
com indisciplina e rebelião.
As palavras
do general Castello Branco contra a CGT e o governo começaram a parecer
legitimas.
Grande
parcela da população brasileira sentia medo de uma revolução comunista.
Era a
revolta do Encouraçado Potemkin, famoso episódio da Revolução Russa que se
reproduzia, tal como no filme.
Assim, na
Sexta-Feira da Paixão, enquanto mais de mil marinheiros ingênuos, militares de
esquerda, comemoravam sua vitória pelas ruas do Rio de Janeiro, os últimos
detalhes estavam sendo acertados pela direita brasileira e os representantes do
governo norte-americano.
O general
Castello Branco mandou emissários a diversos Estados para coordenar as ações
militares contra o governo.
Diante dos
esforços do general, no dia 28 de março de 1964, o governador de Minas Gerais,
Magalhães Pinto, antecipou-se, revelia de Castello Branco.
Acompanhado
pelo comandante da polícia militar, coronel José Geraldo de Oliveira,
dirigiu-se a Juiz de Fora para encontrar o marechal Odílio Denis e os generais
Olympio Mourão Filho e Carlos Luiz Guedes.
Enquanto o
cônsul dos EUA em Belo Horizonte se apressou em reiterar o apoio ao golpe,
oferecendo dinheiro, armas, munições e alimentos.
Entre eles
marcaram a data para a quebra da legalidade e o descumprimento da Constituição
para o dia 30 de março.
Os EUA,
naquele momento, acionou a operação “Brother Sam”, que consistia na expedição
para o Brasil de uma força tarefa, composta pelo porta-aviões “Forrestal”,
destróieres de apoio, entre os quais um com mísseis teleguiados, navios
carregados de armas e mantimentos, bem como quatro petroleiros.
Esta
esquadra foi colocada em prontidão na base norte-americana do Panamá.
Caso fosse
necessário prestaria apoio aos militares brasileiros e, no advento de
fraquejarem, faria pressão para irem adiante, ameaçando invadir parte do
Brasil.
O destino do
país estava selado, no dia 31 de março de 1964 começou o levante militar que se
alastrou a partir de Minas Gerais, derrubando João Goulart, prendendo
importantes lideranças e instaurando um regime totalitarista.
O governo
Castello Branco.
Logo depois
da deposição do presidente João Goulart, o Brasil passou a ser governado por
uma junta militar, formada pelos comandantes das três armas.
Foi assinado
o Ato Institucional Nº. 1 (AI-1), dando ao poder executivo, durante seis meses,
poderes para cassar mandatos, direitos políticos e decretar Estado de Sítio sem
aprovação do Congresso Nacional.
Alguns dias
depois aconteceu a primeira eleição indireta do período militar.
O Congresso,
pressionado pelas forças armadas, elegeu para a presidência o agora marechal
Humberto de Alencar Castello Branco.
No inicio do
novo governo continuaram a ocorrer cassações e prisões de elementos tidos como
comunistas ou ligados ao governo anterior, com base no AI-5.
Castello
Branco recebeu pronta ajuda e reconhecimento dos EUA.
O Brasil
passou a ficar totalmente alinhado com o governo norte-americano no campo da política externa.
Sob a
direção dos economistas Roberto Campos e Otávio Gouveia Bulhões, a economia
passou a basear-se em um plano, o chamado PAEG (Programa de Ação Econômica do
Governo).
O plano
tinha como principal objetivo o combate à inflação.
Dentre as
principais medidas, cabe destacar:
A.
Congelamento salarial.
B. Restrição
ao crédito.
C.
Diminuição da taxa de inflação.
D. Concessão
de facilidades ao capital estrangeiro, principalmente através de uma nova lei
de remessa de lucros.
E. Criação
do Banco Nacional de Habitação (BNH), visando estimular a indústria da
construção civil.
F. Extinção
da estabilidade e criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
G.
Unificação da Previdência Social, a qual antes possuía vários institutos,
através da criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Esta
política foi repudiada pelos trabalhadores, prejudicados pelo arrojo salarial e
pela perda da estabilidade.
As pequenas
empresas, geralmente nacionais, também foram prejudicadas pelas restrições ao
crédito.
Nas eleições
estaduais para governadores, em outubro de 1965, os militares sofreram grandes
derrotas que denotavam o descontentamento da população, com a eleição de
elementos da oposição.
O governo
militar reagiu com um novo ato de força, decretando o Ato Institucional Nº. 2
(AI-2).
O qual
estabeleceu que a presidência da República voltava a ter plenos poderes para
cassar mandatos e direitos políticos.
Além disto,
determinava que a próxima eleição presidencial seria indireta e extinguia todos
os partidos, substituídos por apenas dois: a Aliança Renovadora Nacional
(ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O primeiro
representaria os interesses da direita e o segundo constituiria um fator
agregador de todas as tendências de oposição ao governo militar.
O AI-2
fechou o Congresso Nacional e referendou a ditadura no Brasil.
Logo depois
vieram outros Atos Institucionais que se encarregaram de fazer da Constituição
em vigor letra morta.
O AI-3
estabeleceu que os governadores seriam escolhidos pelo voto indireto das
Assembléias Legislativas.
O AI-4
autorizou e referendou uma nova Constituição, preparada por juristas e
promulgada em janeiro de 1967, a qual instituiu legalmente o regime militar que
perduraria até 1985.
A
Constituição de 1967 fortaleceu o poder executivo e diminuiu o poder dos
Estados.
A
participação da população na vida política também foi reduzida pela legalização
das eleições indiretas, evidentemente manipuladas pelos militares.
Fortalecidos
pelos Atos Institucionais, os generais escolheram entre eles o ministro da
Guerra para suceder Castello Branco, quando o então marechal Costa e Silva assumiu
o poder.
A escolha
foi ratificada pelo Congresso que havia sido reaberto para pseudo Assembléia
Constituinte autorizada pelo AI-4.
Membros da
ARENA aprovaram a indicação, enquanto o MDB abandonou o recinto de votação como
protesto.
O
vice-presidente, eleito pela bancada da ARENA, foi o deputado Pedro Aleixo, um
civil e ex-membro da antiga UDN.
O que
garantia uma aparência de democracia que não iludia mais ninguém no Brasil, mas
que revestia o país de uma legalidade perante o panorama internacional.
O governo
Costa e Silva.
A eleição
indireta do marechal Costa e Silva para a presidência da República, equivalente
a uma nomeação mediante indicação, marcou o endurecimento das perseguições
políticas e mudanças no quadro econômico.
Durante o
governo Costa e Silva, assumiu a pasta da Fazenda o economista Antonio Delfin
Neto, que mudou parte da política econômica do governo anterior, iniciando uma
retomada do desenvolvimento.
No entanto,
a situação econômica continuou difícil, ajudando o crescimento das forças de
oposição, às quais se juntaram ex-participantes do golpe de 1964.
Carlos
Lacerda, que havia apoiado o golpe, procurou seus antigos inimigos políticos
Juscelino Kubistchek e João Goulart, que estavam no exílio, para formar uma
Frente Ampla de oposição ao governo.
A idéia era
lutar por uma nova Constituição, exigindo anistia geral e eleições diretas.
Enquanto
isso, nas ruas, os protestos contra o governo se multiplicavam sob a forma der
passeatas e comícios, desafiando as proibições das autoridades.
Alguns
grupos da extrema esquerda e da direita realizaram atos terroristas, explodindo
bombas em vários locais.
Tentando
barrar os movimentos das oposições, o governo fechou novamente o Congresso
Nacional e promulgou o Ato Institucional Nº. 5 (AI-5), no dia 13 de dezembro de
1968.
O único
membro do governo que se opôs ao no Ato foi o vice-presidente Pedro Aleixo.
Pelo AI-5
foram suspensas as garantias individuais dos cidadãos garantidas pela
Constituição, assim o “Habeas Corpus” deixava de existir na prática.
Além disto,
a presidência passou a ter totais poderes para decretar Estado de sitio,
intervir nos Estados e municípios, cassar mandatos e suspender direitos
políticos.
A ação pegou
a oposição de surpresa, calando momentaneamente as vozes descontentes.
Alguns
setores da esquerda desencadearam uma luta armada contra o governo, mas foram
completamente vencidos depois de algum tempo.
Ao que
parece, o presidente Costa e Silva pretendia revogar o AI-5 o mais cedo
possível, justamente devido à ampliação do descontentamento da população.
Porém, no
final de agosto de 1969, o general adoeceu gravemente.
Pela
Constituição em vigor, a presidência deveria ser assumida pelo vice, Pedro
Aleixo, mas os ministros militares não permitiram que a lei fosse cumprida.
O
vice-presidente foi impedido sob a justificativa que havia sido contrário ao
AI-5.
Formou-se
uma junta de governo integrada pelas três armas: general Lira Tavares,
almirante Augusto Rademarker e o brigadeiro Márcio de Souza Melo.
Processou-se
então, entre os oficiais mais graduados, uma eleição que escolheu o general
Emílio Garrastazu Médici para presidente e o almirante Augusto Rademarker para
vice.
No dia 22 de
outubro de 1969, o Congresso foi reaberto e a ARENA referendou a escolha dos militares
para o governo, o MDB se absteve e não votou.
O governo
Médici.
No seu
discurso de posse, o general Médici prometeu restaurar a democracia no Brasil.
No entanto,
este promessa não foi realizada e o governo usou largamente os poderes
concedidos pelo AI-5.
As forças de
repressão foram dotadas de plenos poderes para esmagar qualquer oposição.
Em várias
partes do país sucederam-se os casos de prisões arbitrárias, torturas e
desaparecimentos.
A censura
aos meios de comunicação fizeram desaparecer todas as vozes descontentes, ao
mesmo tempo em que o governo fez largo uso da propaganda na TV e rádio,
promovendo uma imagem positiva junto à população.
A festa da
conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira de futebol, em 1970,
foi associada ao governo militar e utilizada para desviar a atenção do povo.
Ajudou a
formar uma falsa imagem positiva da ditadura o chamado Milagre Brasileiro, o
qual aconteceu justamente durante o governo Médici.
O Produto
Nacional Bruto (PNB) cresceu a altas taxas anuais, criando uma situação de
euforia, sobretudo, junto à classe média.
Os setores
que mais contribuíram para o crescimento econômico foram à construção civil, a
indústria de bens de consumo duráveis (veículos automotores e eletrodomésticos)
e a indústria de base, especialmente a siderúrgica.
Dentre os
vários fatores que colaboraram para este crescimento, os mais importantes
foram:
A. A
existência de indústrias que estavam produzindo muito menos do que podiam,
possuindo grande capacidade ociosa que passou a ser utilizada.
B. A mão de
obra barata dos trabalhadores urbanos e rurais, que continuaram a ter seus
salários arrochados, propiciando o barateamento da produção.
C. Os
investimentos governamentais na indústria de base.
D. A entrada
de capital estrangeiro em busca da utilização da mão de obra barata farta
presente no Brasil.
A
concentração de renda contribuiu vivamente para o dito milagre econômico.
Os ricos
ficaram ainda mais ricos e os pobres ainda mais pobres, com a classe média
registrando ganhos no seu poder aquisitivo.
No final de
seu governo, o próprio Médici afirmou que a economia ia bem, mas o povo mal.
Tanto que os
problemas da maior parte da população brasileira começaram a aparecer, apesar
da censura tinham se tornado gritantes.
Os
trabalhadores rurais estavam em situação de miséria, migrando em massa para os
centros urbanos.
As cidades,
por sua vez, sofreram um processo de inchaço, agravando velhos problemas como
falta de moradia, poluição, transportes públicos precários, saúde e segurança
insuficiente para atender as necessidades.
No final da
década de 1970, o Brasil era um dos campeões mundiais de mortalidade infantil
de desnutrição.
O numero de
crianças abandonadas chegou à casa dos dez milhões.
Entretanto,
mesmo enfrentando forte repressão, as oposições ao regime militar mantiveram
sua luta, sempre reivindicando o retorno a democracia.
Os
principais grupos oposicionistas faziam então uso de pequenos jornais
clandestinos, a chamada imprensa alternativa, para fazer a população tomar
conhecimento dos fatos.
Destarte, em
1973, o escolhido em eleição indireta para suceder Médici foi o general Ernesto
Geisel.
O MDB, como
sempre, sem condições de vencer um jogo já definido, protestou lançando dois
anticandidatos: Barbosa Lima Sobrinho para presidente e Ulisses Guimarães para
vice.
Em meio a
uma série de restrições, os dois percorreram o país pregando a democracia.
O governo
Ernesto Geisel.
A crise
econômica chegou logo no inicio do governo Geisel, agravada pelo aumento
internacional dos preços do petróleo, a partir de 1973.
O ritmo de
crescimento das indústrias diminuiu, faltava mercado e os altos juros dos empréstimos
impedia a captação da capital de giro e dinheiro para financiar compras.
O governo
tentou manter o crescimento da economia iniciando obras de grande porte, como a
usina atômica de Angra dos Reis e as hidroelétricas de Itaipu e Tucuruí.
Para isto
fez grandes empréstimos junto aos bancos internacionais, endividando o Brasil.
A divida
externa cresceu rapidamente, fazendo o país refém do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e das altas taxas de juros cobradas.
Os gastos do
governo, a dívida externa e outros problemas estruturais conduziram a uma
inflação que atingiu proporções nunca antes vistas, corroendo o poder de
consumo da população mais pobre e beneficiando os ricos e o capital
especulativo.
No campo
político, em seu discurso de posse o presidente Geisel havia feito a promessa
de restaurar a democracia.
No seu
primeiro ano de governo ele procurou diminuir a repressão contra as oposições e
a censura aos meios de comunicação.
No entanto,
em novembro de 1974, o resultado das eleições para o Congresso Nacional e as
Assembléias Estaduais e Municipais refletiram a insatisfação popular.
A oposição,
representada pelo MDB saiu vitoriosa, enquanto o numero de representantes da
ARENA caiu.
Simultaneamente
aumentaram os atos de protestos liderados pelo MDB, a Igreja Católica e uma
série de entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), sindicatos,
Movimento do Custo de Vida, associações de bairro, movimentos de negros,
mulheres e outros tantos.
Todos
exigindo melhorias de condição de vida e a volta da democracia.
Em resposta,
em abril de 1978, os militares usaram os poderes concedidos pelo AI-5 para
beneficiar a ARENA.
Foram
promulgadas leis que reforçaram a representação dos pequenos Estados no
Congresso Nacional, criando a figura dos chamados senadores biônicos, nomeados
pela presidência da República nas mãos de Geisel.
O mandato do
general foi prorrogando para seis anos.
As mudanças
do pacote de abril diminuíram os efeitos da derrota sofrida nas urnas em 1974,
estendendo a ditadura até 1985.
Nas eleições
indiretas de novembro de 1978, a ARENA conseguiu eleger mais um general: João
Baptista Figueiredo, o qual, finalmente, sem opção, diante da crise econômica
que se agrava, terminaria por ceder às pressões populares e realizar a abertura
política.
Concluindo.
Durante o
governo Figueiredo a crise econômica continuou se agravando, a inflação chegou
a 250% ao ano, enquanto a dívida externa aumentou, ultrapassando a barreira dos
100 bilhões de dólares.
A economia
parou de crescer, o desemprego aumentou como nunca.
O modelo
econômico implantado depois de 1964 entrou em colapso.
O que deu
grande força as oposições, obrigando Figueiredo a continuar a abertura iniciada
por Geisel.
Em 1979 foi
aprovada a anistia geral dos crimes políticos, a qual valia tanto para os
torturadores da direita quanto para os terroristas e ladrões de banco da
esquerda.
A maioria
dos exilados voltou ao país e os presos políticos foram soltos.
Ao mesmo
tempo reformas política foram feitas, as eleições para governadores e voltaram
a ser diretas e os partidos foram reformulados.
A ARENA,
antigo partido do governo, transformou-se no Partido Democrático Social (PDS).
O MDB passou
a ser o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Fracionamentos
da oposição originaram, entre outros, o Partido dos Trabalhadores (PT), o
Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Mesmo com a
oposição dividida, o PDS foi derrotado nas eleições de novembro de 1982.
O partido
governista perdeu vários Estados para a oposição e não era mais maioria no
Congresso Nacional.
Em 1983,
depois de quase vinte anos de ditadura, as forças de oposição assumiram os
governos de vários Estados, herdando uma grave crise econômica e um quadro de
desemprego, corrupção e insegurança.
Mesmo assim,
a esmagadora maioria da população acreditava que a democracia seria o ponto de
partida para resolver os problemas do Brasil.
Em janeiro
de 1985, Tancredo Neves, um civil, foi eleito pelo voto indireto para
presidente, embora seu vice José Sarney tenha assumido em virtude do seu
falecimento.
Em maio do
mesmo ano, o Congresso Nacional conseguiu aprovar uma emenda Constitucional que
tornava o voto direto para presidente e vice, assim como prefeitos de capitais
estaduais.
Uma
Assembléia Constituinte foi eleita pelo voto direto em 15 de novembro de 1986,
promulgando uma nova Constituição em outubro de 1988.
Entretanto,
os brasileiros combateriam os efeitos de anos de ditadura, representados por
uma crise econômica aguda nos governos subseqüentes de Fernando Collor de Mello
e Itamar Franco.
Alcançando
uma relativa estabilidade econômica somente no governo Fernando Henrique
Cardoso.
Sabe por que o titulo que vergonha forças armada,
como pode se vender para um pais estrangeiro, como o Brasil foi deixa que embaixador
americano mandar e desmandar no nosso glorioso brasil é algo inadmissíveis; Mas
o nosso pais tem uma maldição que o acompanha há muitos anos, falou que é dinheiro a maioria do povo se transforma,
ele não ver, não conhece, nunca tinha visto, tudo por dinheiro ele não quer nem
saber de onde vem, o importante é ele fica com dinheiro no bolso se vai morrer
alguém ou não ele não estar nem ai, como o exercito brasileiro entrou numa
roubada desta, se foi o povo que colocou o povo tira não é verdade. Agora receber
ordem de um povo em demoniados como eu vejo os americanos; Se você prestar
atenção ele só entram em pais que estar na miséria, isto é, eles são igual
bandido, encapetados aproveita da dificuldade dos outros para se dar bem na
vida, você pode ver que eles vende
tanque de guerra armamento pesado para endividar aquele pais, e quando a guerra
acaba, aquele pais estar preso a eles. Depois vira aquele inferno ; são
verdadeiro demônio querendo tomar o que o país tem. Como o nosso exercito se
deixou levar por isso. o que me deixa mais triste e ver a nossa força armada atirando, torturando, o com-irmão, o nosso povo para agradar meia duzia de idiotas. porque nesta confusão alguém ficou rico, e o país construido pele os nossos ante-passado ficou totalmente destruído para agrada como eu disse meia duzia de ante-brasileiro.
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