Correndo pra
lugar nenhum: os dez rios mais ameaçados do mundo
As maiores
fontes de abastecimento de água do mundo - rios em todos os continentes - estão
secando ou severamente ameaçados. Má gestão e proteção inadequada indicam que
já não há como presumir que estes rios correrão para sempre, segundo a rede
WWF.
No relatório "Os dez rios mais ameaçados do
mundo", divulgado em antecipação ao Dia Mundial da Água (22 de março), a
rede WWF enumera os rios que mais rapidamente estão secando como resultado das
mudanças climáticas, poluição e barragens.
“Todos os rios do relatório simbolizam uma crise
dos recursos hídricos, que vem sendo sinalizada há anos, alarme ao qual se tem
feito ouvidos de mercador”, disse Jamie Pittock, Diretor do Programa Global de
Água Doce da rede WWF. “Da mesma forma como as mudanças climáticas têm, agora,
a atenção dos governos e da iniciativa privada, queremos que os governantes e
lideranças percebam a emergência enfrentada pela água agora, não mais tarde”.
Cinco dos dez rios mencionados no relatório estão
na Ásia: Yangtze, Mekong, Salween, Ganges e Indus. O Danúbio, na Europa,
os rios Prata e Grande/Bravo - nas Américas -, a bacia africana Nilo-Lago
Vitória e a australiana Murray-Darling também compõem a lista.
Barragens ao longo do Rio Danúbio - um dos maiores
da Europa - já destruíram 80% das áreas inundáveis e áreas úmidas da
bacia. Mesmo sem o aquecimento que ameaça degelar o Himalaia, o Rio Indus
enfrenta escassez devida à superexploração de suas águas para a
agricultura. As populações de peixes, maior fonte de proteínas e mais
importante fonte de vida para centenas de milhares de famílias em todo o
planeta, também se encontram ameaçadas.
O Brasil, a Lei e
o PAC
A bacia do Prata é a segunda maior bacia da
América do Sul. É formada pelos rios Paraguai, Paraná e Uruguai que juntos
drenam uma área correspondente a 10,5% do território brasileiro, com 3,2
milhões de km². Ela permeia passa pelos as fronteiras do Brasil,
Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai e já possui 27 grandes barragens.
O Prata é um dos rios mais ameaçados do mundo pelo grau de fragmentação que
sofreu. Segundo Denise Hamú, secretária geral do WWF-Brasil, a conseqüência é a
rompimento do equilíbrio ecológico dos rios e o impacto social em função do
deslocamento de milhares de pessoas. “Além disso, os Governos não vêm aplicando
as recomendações da Comissão Mundial das Barragens para os projetos de
represas”.
Os demais rios brasileiros não estão livres de
ameaças, segundo Samuel Barrêto, coordenador do Programa Água para a Vida de
Gestão e Conservação de Recursos Hídricos, da ONG ambiental brasileira
WWF-Brasil, que compõe a rede mundial. “A Lei das Águas está completando
dez anos e há avanços importantes como a criação da Agência nacional de
Águas - ANA e a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH),
mas ainda existem lacunas e vulnerabilidades”, afirma Barrêto.
O especialista também inclui o componente
climático como um dos fatores de risco sobre a quantidade e qualidade da água,
comprometendo a segurança hídrica de milhões de brasileiros. “É também preciso
considerar o aspecto econômico”, avalia Samuel, pois, segundo ele, o Plano de
Aceleração do Crescimento (PAC), da forma como foi apresentado, não deixas
claro como as diretrizes ambientais e o capital natural irão permear o projeto,
deixando uma brecha para o crescimento a qualquer custo, com degradação dos
recursos naturais, ameaçando o nosso capital essencial, para a manutenção dos
negócios a médio e longo prazos.
O relatório da rede mundial conclama os governos a
protegerem melhor os recursos hídricos para garantir os ecossistemas e a vida
das pessoas.
“A conservação de rios e áreas úmidas deve ser
vista como parte e parcela da segurança nacional, saúde e sucesso econômico”,
acrescentou Pittock. “Devem-se incentivar formas eficientes de utilização
dos recursos hídricos para a agricultura e outros fins.”
A rede WWF acrescentou que acordos de cooperação
para a gestão de recursos coletivos preconizados pela Convenção dos Cursos
D’água das Nações Unidas devem ser ratificados e financiados.
“A crise hídrica é maior do que apenas os dez rios
mencionados neste relatório, mas ele reflete como o crescimento descontrolado
reduz a capacidade de natureza de atender às nossas próprias crescentes
demandas”, concluiu Pittock. “Devemos mudar nosso comportamento agora ou
pagar o preço em um futuro não muito distante.”
SERÁ QUE TEM ALGUMA AUTORIDADE OU ALGUÉM DA POPULAÇÃO PREOCUPADO COM TUDO QUE ACABAMOS DE LER, EU DUVIDO QUE A RAÇA HUMANA ESTEJA PREOCUPADO COM TUDO ISTO...
SERÁ QUE TEM ALGUMA AUTORIDADE OU ALGUÉM DA POPULAÇÃO PREOCUPADO COM TUDO QUE ACABAMOS DE LER, EU DUVIDO QUE A RAÇA HUMANA ESTEJA PREOCUPADO COM TUDO ISTO...
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